"E irmos comer uma pizza?!"

A pizza deve ser uma das comidas mais democráticas que há. Muitos gostam delas todas geométricas e arrumadinhas (tipo russo), mas os profissionais sabem que ela deve ser tosca e feia. Muitos gostam de a encher com tudo, tipo "all you can eat", mas os bons profissionais sabem que ela deve ser discreta. Muitos pensam que ela é feita algures no motoclube dos senhores que fazem as entregas, outros tantos pensam que ela é feita em alto mar pelos senhores do anúncio da Pescanova e por isso é que vem congelada. Mas quem reclama a sua paternidade e maternidade, a não ser que seja algo santo e apenas se reclame a maternidade, são os senhores das confusões em Itália. Quem? Os da Camorra, os do lixo, os de passar nos semáforos com vermelho (encarnado para os senhores do norte) e parar nos verdes e os que tinham de inventar um italiano diferente só porque sim. Nápoles portanto, aí pelos anos 17oo e picos. Bom, mas de pizza se fala. A razão desta ser democrática, será, digo eu, derivada do facto de ter nascido (com pai ou não) por baixo na escala social. Nasce no sul de Itália, zona pobre por excelência, destinada a matar a fome, usando para isso ingredientes baratos. Não será portanto estranho que as clássicas pizzas napolitanas são a Marinara (tomate, azeite, orégãos, alho) e a Margherita (não explico esta porque não vos tenho em tão má conta). Se formos subindo até Roma, aí já é outra cantiga, já arriscam a pôr mais de 4 ingredientes, e pasmem-se, podem até ver pizzas cobertas de batata frita! É com certeza a comida mais comida em todo o mundo. Mas será que é no seu berço que mais se come? Não! É em São Paulo onde se fazem umas 12 mil pizzas à hora, "À grandas brazucas!". Mas a pizza é só comida (agora tanto me dá lerem na versão de nome como de verbo)? Não, existem uns senhores chamados "Pizzaiolo acrobatico" que basicamente são pessoas que na sua juventude foram convencidos pelos seus pais que lançar massa ao ar e rodar no dedo é que era um desporto radical (até convinha, digo eu).

Agora é o momento de fecharem a boca, é mesmo verdade!